“Do Império das Trevas ao Reino do Filho Amado”

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“Do Império das Trevas ao Reino do Filho Amado”
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,” (Colossenses 1.13)

Falar de libertação num país que tem sua história manchada pelo o escravagismo cheira a oportunismo. No entanto, deixar de lado acontecimentos marcantes na formação de um povo revela menosprezo às “lições da história”. Atualmente, no Brasil, quando se fala em Lei Áurea, corre-se se o risco de protesto ou indiferença quanto a sua importância, sob a alegação de que a exploração continua, velada, mas praticada. Darcy Ribeiro em sua obra: A Formação do Povo Brasileiro, ressalta que, tanto a Lei do Ventre Livre como a Áurea não obtiveram de imediato o resultado esperado. Com a primeira em voga, os infantes da escravidão foram descartados como contenção de gastos; com a promulgação da Áurea os senhores acharam por bem expulsar de seus domínios os libertos, sem garantia de segurança e subsistência. A sonhada liberdade virou pesadelo, sem casa e sem trabalho a tortura de viver mostrou que o significado de ser livre vai além dos grilhões.

Quando se lê em Colossenses 1. 13 que Deus libertou seu povo do império das trevas, lê se também que este povo foi transportado para o Reino de Cristo. Embora a Lei Áurea tencionasse vida melhor aos seus contemplados, o resultado deixou a desejar. Quando Deus libertou seu povo do poder de Faraó, não o relegou ao léu da sorte, mais o conduziu pelo deserto e, quando já estava em Canaã, o Senhor não retirou o seu cuidado de sobre a nação. Em Josué 21.45 o Texto nos informa que nenhuma promessa falhou; tudo se cumpriu. Posto o Senhor não mudar (Malaquias 3.6) é que a Igreja confia piamente que nenhuma das boas palavras do Senhor hão falhar.

Paulo diz no verso 12 do capítulo 1 em Colossenses que Deus fez idôneo o povo que libertara, a fim de que pudesse ser cidadão do reino do seu Filho amado. Uma vez que, jamais penetrará coisa alguma contaminada na Nova Jerusalém (Apocalipse 22.27), em Cristo tem-se a redenção e remissão dos pecados (Colossenses 1.14). O mesmo Deus que tirou o seu povo do Egito, transportou os resgatados de um império terrivelmente pior que o faraônico, com uma diferença extremamente favorável aos salvos — jamais experimentarão o cativeiro Babilônico!

O texto que embasa esta devocional confortou a Igreja de Colossos como também fortalece a de hoje na certeza, não só de liberdade e cidadania, mas de adoção. Deus libertou — ação acabada; só isto já seria suficiente para a eterna gratidão aos Céus por indizível bênção, entretanto, o Texto relata o traslado dos salvos para o Reino do seu Filho Amado. Não libertos e deixados sem rumos, como ressalta Darcy Ribeiro ter acontecidos aos contemplados pela Lei Áurea. Deus reservou lugar no seu Reino para o seu povo. Paulo afirma que os resgatados deixaram de ser “…estrangeiros e peregrinos, para se tornarem concidadãos dos santos…”, e membros “…da família de Deus…” (Efésios 2.19).

Como tudo isso se tornou possível aos que outrora eram inimigos de Deus (Romanos 5.10)? Como um povo que andava sem Deus no mundo (Efésios 2.13) veio a ser idôneo para o Reino de Cristo? Sem dúvida, isto se deu pelo fato da redenção e remissão dos pecadores (Colossenses 3.14) realizadas pelo Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1.29). Ante a tudo isto, conclui-se que, do império das trevas ao Reino de Deus o caminho é Cristo Jesus. De escravos à família da fé (Gálatas 6.10). De inimigos à reconciliação com Deus (2 Coríntios 5.19). Como forma de agradecimento por salvação tão grande (Hebreus 2.30), cabe a Igreja viver no presente século de maneira “…sensata, justa e piedosamente. ” (Tito 2.12).

Rev. Reginaldo Vieira Naves