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Eu, um ateu?

“Agora, pois, que lucro terás indo ao Egito para beberes as águas do Nilo; ou indo à Assíria para beberes as águas do Eufrates?” (Jeremias 2.18)

Normalmente quando se fala em ateu, tem-se em mente um grupo minoritário que formula inúmeras teses na tentativa de provar que Deus não existe. Contudo, o que se vê efetivamente é uma grande massa atuando como ateus práticos. São pessoas que afirmam crer na existência de Deus, mas O negam na prática e no coração.

Quanto a essa questão, o que a Bíblia tem a nos ensinar? Ao consideramos o capítulo 2 do Livro do profeta Jeremias, relatando as experiências do povo de Israel, aprendemos:

1) O povo abandonou o Senhor v, 13 – O profeta denuncia e diz que dois grandes males foram cometidos: 1º) “A mim me deixaram” (O manancial de águas vivas). A tônica do profeta Jeremias consiste em denunciar a inclinação da nação de Israel para adorar os deuses egípcios e assírios, sendo que o desafio era exatamente o contrário, isto é, Israel deveria levar estes povos ao SENHOR; 2º) “Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos?” (v.5). O termo “vaidade” pode ser traduzido como “nulidade”, e pode ser entendido também assim: Tal deus tal povo.

2) Desprezou a sua doutrina v, 13 –“Cavaram cisternas rotas” – A ideia aqui é a de uma cisterna que não retém água (falsa esperança). Imagine aqui o seguinte: Uma pessoa presta concurso e mesmo sem saber o resultado passa a fazer compromissos como se aquele salário fosse certo, sai o resultado e ela descobre que não conseguiu ficar nem mesmo entre os classificados. Aqui está uma verdade, se o texto sagrado afirma que Deus trabalha por aqueles que nele esperam, por outro lado também, afirma que os ídolos não são capazes de fazer absolutamente nada, nem por si mesmos. O que acontecia com Israel, portanto, era que ele estava se deixando influenciar pelas filosofias vãs, ou seja, ensinamentos e esperanças que não têm base na Palavra de Deus.

3) Obteve resposta v, 18-19 – “Que lucro terás… indo para beberes?” (idolatria). O SENHOR não age com complacência quando os homens insistem em contrariar os seus alertas. Quando Moisés foi levantado como líder foi dito para os hebreus: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx. 20:3), contudo, o tempo passa e esta advertência cai no esquecimento, daí vem a resposta: “A tua malícia te castigará”. Visto que Israel não depositava a esperança no SENHOR, mas sim nos deuses pagãos, o resultado era inevitável: “Os leões novos rugiram contra ele” v. 15 (Fúria dos leões) – símbolo da Assíria que daria com força para assolar e devastar Israel como resposta do desprezo ao SENHOR e à sua Palavra.

Muito embora Israel afirmasse crer na existência e direção de Deus, na prática ficava evidente que o coração estava bem distante.

O que ocorria com o povo de Israel é o que acontece em nossos dias. O ateísmo prático é uma realidade no cotidiano de nossa sociedade. Existe uma negação velada. O iluminismo disse: Deus, pode deixar que nós daremos conta, pode deixar que sabemos o que fazer de nossa vida. Stephen Charnock afirmou: “Qualquer desejo que houver para que Deus mude, ou para que Ele mude a maneira de tratar conosco, é a própria essência do ateísmo prático”.

EU, UM ATEU? Deus tenha primazia em sua vida, em seus projetos e decisões. Que Ele não seja excluído de sua vida como se fosse um intruso.

Que o Senhor Jesus conceda um ótimo dia a você e toda a sua família.

Rev. Givaldo Santana