PASTORAL 1953
15 de maio de 2023
PASTORAL 1950
15 de maio de 2023
PASTORAL 1953
15 de maio de 2023
PASTORAL 1950
15 de maio de 2023
PASTORAL 1952

PASTORAL – 1952

Rev. Lino do Couto

            Aos caríssimos irmãos e companheiros Presbiterianos Conservadores dispersos peãs regiões de São Paulo, Paraná, Minas e Goiás, nosso caloroso amplexo com os mais ardentes votos por uma vida cristã mais e mais dedicada ao Herói da nossa salvação – Jesus o excelso Filho do Deus Vivo e Verdadeiro.

ANO ECLESIÁSTICO

            Ao último minuto da reunião do nosso Presbitério, inicia-se mais um ano de atividades eclesiásticas nos arraiais da família presbiteriana conservadora brasileira.

            Como uma família laboriosa, ordeira, pacífica e disciplinada, cada um dos membros da Igreja Presbiteriana Conservadora tem uma incumbência para cumprir, uma obra para realizar, um trabalho para fazer: “Milita a boa milícia da fé…” é o mando que põe em atividade o pequeno rebanho de Jesus.

MINISTÉRIO PRESBITERIANO CONSERVADOR

            Antes de tudo, caros colegas do santo ministério, parafraseando o velho apostolo, eu vos escrevo porque sois os responsáveis – diante de Deus pela vida do rebanho, pela vigilância das Igrejas, pelo cuidado para com aqueles sobre os quais Deus vos constituiu bispos e pastores.

            Amor, dedicação, fidelidade, sacrifício – eis algumas das características do verdadeiro e fiel pastor de almas, pois nesta linha de pensamento, preconizara o Senhor: “O bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas, porém, o mercenário é o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo e deixa as ovelhas e foge.” (João 10.11,12). Fugir, abandonar o rebanho à mercê das heresias, das falsas e perigosas doutrinas, das confusões e dúvidas é a obra do mercenário que, do rebanho, só quer as regalias, o comodismo e as honras que advêm da humilde, porém, nobilitante carreira do sagrado ministério.

            Elevadíssimo é o qualificativo com que a Bíblia, a Bíblia Sagrada, distingue o ministério: “Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.” (1Tm 3.1)

            Excelente obra! O ministério é uma carreira de pobreza, de sofrimentos, de dificuldades inúmeras e incontáveis, e, por isto mesmo – excelente e gloriosa porque a capacidade de sofrer só a possuem os que se abnegam a uma causa que ultrapassa em sublimidade a própria vida. Isto que Jesus disse a todos os crentes, disse-o de modo particularíssimo, enfático e direto ao ministro do Evangelho: “Aquele que quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16.24).

            Para que a obra do Sagrado Ministério seja completa e edificante é preciso que a gloriosa batalha, por Cristo e por sua Igreja, se fira à sombra da Cruz e que a sombra da Cruz seja, para sempre, a sua cobertura até o final da pugna.

PRESBÍTEROS REGENTES

            Sem visar qualquer interesse material, formam os presbíteros regentes a primeira linha defensiva da igreja. Graças ao seu trabalho abnegado e feito com o precípuo objetivo de servir à Causa, são os presbíteros regentes dignos de honra e do respeito da Igreja a que ser que servem.

            Quando dedicados, ordeiros e fiéis, tornam-se eles Arões para sustentar os braços do pastor – sobre cujos ombros pesa a maior parcela de responsabilidade dos problemas do Reino de Deus na terra.

            A experiência tem demonstrado que o desenvolvimento espiritual e financeiro da Igreja, a sua vida pacífica e ordeira sempre se perfilam na razão direta da consagração e dedicação dos seus presbíteros regentes – responsáveis diretos, diante de Deus, pelo bem-estar e segurança das Igrejas.

            Se promoverem a paz, receberão do Senhor a recompensa que recebera o “servo bom e fiel”; se se tornarem elementos de discórdia, das suas mãos requererá Deus a falta do cumprimento dos votos que fizeram de manter a paz e a harmonia dentro da Igreja.

DIÁCONOS

               A Palavra de Deus encara a posição do diácono com extraordinária relevância.

         Eis como São Paulo focaliza o assunto: “porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Jesus Cristo.” (1Tm 3.13)

            O nosso Manual de Liturgia qualifica o diácono como ministro da distribuição, e, na realidade, foi com esse objetivo que surgiu, em Atos dos Apóstolos, a instituição diaconal para a primitiva Igreja.

            Pesa, pois, sobre os diáconos da Igreja Presbiteriana Conservadora, a grande responsabilidade de, ao lado dos seus pastores, auxiliá-lo no seu imenso mister de receber e distribuir. A Igreja que possui diáconos dedicados e zelosos, por pobre que seja, estará sempre em dia com as suas obrigações financeiras.

            Zelo, fidelidade, dedicação e altruísmo são qualidades indispensáveis a vida do verdadeiro diácono do Senhor.

ESCOLA DOMINICAL

            Aos prezados irmãos, superintendentes, secretários, professores, alunos – grandes e pequenos da Escola Dominical, enviamos nesta Pastoral, um caloroso apelo no sentido de despertar nas suas Escolas Dominicais, maior zelo missionário, de modo que, o ano em curso marque uma nova etapa na vida e nas atividades desta abençoada e abençoante organização da nossa amada Igreja. Que cada Escola Dominical procure traçar novos planos de trabalho, através dos quais tenha aumentada a sua matrícula e intensificada a sua obra missionária.

            Realmente, se cada aluno da Escola Dominical trabalhar junto a uma pessoa no sentido de trazê-la à Igreja, dentro em pouco, teremos duplicado a nossa matrícula e cheias as bancadas dos nossos templos.

            A Escola Dominical é até hoje a maior e mais indispensável organização da Igreja, e, por isto mesmo, precisa ela de merecer maiores e mais diretos cuidados dos pastores, dos Conselhos e dos crentes em geral.

MOCIDADE PRESBITERIANA CONSERVADORA

            Moços Presbiterianos! Tremenda, imensa, e inenarrável é a vossa responsabilidade diante de Deus e do futuro da vossa amada Igreja. Da leitura da Bíblia, podeis notar que Deus vos tem separado para um grande trabalho. Atendei, moços à voz Daquele que realizou a sua obra no vigor dos seus anos, na pujança de sua mocidade, e como Herói da nossa salvação – nos braços da Cruz do Calvário, derrotou o inferno aos 33 anos de sua fecunda e luminosa carreira.

            Sois moços. Sois crentes. Sois presbiterianos conservadores. Aproveitai a vossa mocidade naquele espírito das Sagradas Escrituras; “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Ec.12.1). Pesai bem as vossas responsabilidades de crentes diante desta advertência: “Ninguém despreze a tua mocidade” (1Tm 4.12) e, como conservadores, notai um significado particular na expressão de Jesus: “Vós sois o sal da terra” (Mt 5.13)

            De sobreaviso, pois, Mocidade Presbiteriana Conservadora! “Sois de Cristo a esperança fagueira”… Assim como a pátria tem as suas vistas voltadas para a sua juventude, Cristo Jesus volve para vós os seus olhares e vos conclama, na linguagem inspiradora de São Paulo, para a mais gloriosa das batalhas: “Militar a boa milícia da fé, tomar posse da vida eterna para a qual fostes chamados.” (1Tm 6.12)

MULHER PRESBITERIANA CONSERVADORA

            Fala-nos a Bíblia do ministério da mulher, desde os primórdios da história de Israel. Jesus que reergueu a posição da mulher – no lar, na sociedade e na Igreja, serviu-se dela para fazer mais altruístico o seu messiânico ministério. E foi a mulher, que abriu as portas do lar para hospedar a Jesus, o mesmo elemento que o acompanhou até à Cruz e que, em meio de lágrimas e gemidos pungentes, exclamara, sem saber que falava ao próprio Ressurreto: “Senhor se tu o levaste, dize-me onde o puseste e eu o levarei.” (Jo 20.15)

            A Igreja precisa, sobremaneira, do vosso trabalho, mulher presbiteriana conservadora. Realizais um trabalho insubstituível porque só vós o sabeis fazer.

            Sois as encarregadas das Organizações que se tomou o expressivo nome de Sociedade Auxiliadora Feminina. Quanto tem feito esta construtiva Organização no seio da Igreja, ninguém o pode descrever. Mas todos sabem que o vosso trabalho se tornou respeitável e merecedor do mais elevado conceito. Assim como o lar precisa da mulher, e sem ela, sem o seu trabalho, e sem a sua atuação não tem ele o verdadeiro sentido, a Igreja não pode prescindir da vossa valorosa colaboração.

            Notamos que São Paulo devotava uma santa afeição àquelas mulheres que cooperaram com ele e que com ele trabalharam no Evangelho. Para mais de uma dúzia delas tiveram os seus nomes gravados nas páginas da história bíblica, como na história da Igreja serão lembrados os vossos respeitáveis nomes que, para sempre, permanecerão ligados às memórias do Reino de Deus na terra.

            Sede, mulheres cristãs, agradecidas a Jesus que vos escolheu para serdes em sua Igreja Militante, vasos de bênçãos e elemento que soube, com profundidade de sentimento e religião, “escolher a boa parte…”.

            Erguei-vos, pois, mulheres cristãs da nossa amada Igreja e prestai a Cristo o tributo do vosso valoroso e construtivo trabalho. Tendes nas mãos o segredo para realizardes u’a magnífica obras: Trabalhai!

NOVOS ESTUDANTES

            Aos atuais estudantes presbiterianos conservadores e futuros ministros do Santo Evangelho, enviamos-lhes uma mensagem de ânimo e estímulo em Cristo Jesus.

            As nossas Igrejas, graças a Deus, crescem e se desenvolvem dia a dia e precisam elas de ministros moços que continuem a obra que os velhos e cansados obreiros compulsoriamente vão deixando, à medida que se aproximam do final da jornada terrena.

            Evidentemente, a obra presbiteriana conservadora está consolidada no Brasil, dependendo apenas, para o seu maior crescimento, de novos obreiros que, realizando um ministério integral (conforme o desejo das Igrejas que querem e podem pagar os seus obreiros), façam Igrejas – já grandes e heróicas, maiores ainda.

PRESBITERIANO CONSERVADOR

            O nosso jornal é, sem dúvida, a menina dos olhos da denominação que o ama e o ampara incondicionalmente. Prestigiá-lo é, portanto, o dever sagrado e inadiável de cada Presbiteriano Conservador.

            Necessária se torna uma campanha, em todo setor da nossa Igreja, afim de que cada crente ou pelo menos cada família presbiteriana conservadora se torne um assinante do nosso jornal. Ele é nosso. Ele precisa de nosso apoio e bem o merece.

            Devem os ministros, presbíteros e diáconos realizar em suas Igrejas intensa campanha em favor do nosso Órgão Oficial, especialmente no dia que lhe é consagrado.

            Aos ministros e demais membros da Igreja que gozam o privilégio de escrever, cumpre não deixar a nossa redação com falta de material de publicidade e assim ajudaremos o Sr. Redator na sua árdua e custosa tarefa.

AOS CRENTES EM GERAL

            Terminando, lembramos a todos os nossos queridos irmãos e companheiros de jornada espiritual que o nosso impertérrito lema deve ser sempre o mesmo: Por Cristo e por sua Igreja, até que façamos nossa a linguagem confiante do grande servo de Deus: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. (2Tm 4.7)

            São Paulo, 1º de julho de 1952.

            Lino do Couto, redator, Armando Pinto de Oliveira, Alceu Moreira Pinto, Florêncio Fernandes Reis, Francisco Augusto Pereira Junior, Alfredo Alípio do Vale, João Rodrigues Bicas, Carlos Pacheco, Antonino José da Silva, Rafael Pages Camacho, Alfredo Leite de Morais, Odilon Alves dos Santos, Benedito Naves Tito, Ostílio José de Souza, Carlos Freddi, Antônio Pires Corrêa, Jair Soares Mesquita, Pedro Martins de Aquino, Izaul Steffen, Horácio Pereira.