PASTORAL 1949
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PASTORAL – 1948
Rev. Carlos Pacheco
Mais uma etapa acaba de ser vencida em nossa jornada eclesiástica.
Olhando para trás só podemos dizer: “Até aqui nos ajudou o Senhor.” Sim, não fora o Senhor, não tivesse Ele abençoado a nossa Igreja, e chegaríamos até aqui em condições tão lisonjeiras e animadoras como acabamos de constatar?
Que faríamos de útil para a evangelização pátria, pela pureza do Evangelho e defesa das suas doutrinas fundamentais, se somos tão poucos, tão modestos e tão pobres?
Vencemos, no entretanto, porque o Senhor da seara esteve e está ao nosso lado. Foi Ele quem triunfou por nós. Glória a Deus. Louvado seja o seu Nome glorioso. Profundamente reconhecidos e gratos louvemos ao Senhor.
Caríssimos irmãos e companheiros da peleja sagrada.
Aqui vos apresentamos os nossos mais sinceros aplausos pela vossa fé inquebrantável na Palavra de Deus, que foi a “lâmpada para os pés e luz para os vossos caminhos”, a vossa única regra de fé e prática e o alicerce suficiente da vossa vida espiritual; agradecemos a vossa confiança em nós depositada pelo Presbitério, órgão dirigente da nossa Igreja, e a vossa irrestrita solidariedade, entusiasmo e fé nos destinos da comunidade que a 11 de Fevereiro de 1940, num gesto de amor à causa do Mestre, hasteou a bandeira da ortodoxia, conta a pá demolidora de novas idéias e concepções; agradecemos ainda a vossa generosa contribuição financeira que foi suficiente para manter as instituições, os estudantes, o jornal e melhorar a situação dos obreiros que se dedicam unicamente à obra da evangelização.
Muitas são as bênçãos que recebestes no ano findo. Dos seus inesgotáveis recursos e segundo a medida do seu amor, Deus derramou sobre vós a sua graça, imorredoura e irresistível graça e sentistes em sua plenitude a alegria da salvação. A despeito de todas as dificuldades da hora presente, das angústias que afligem os povos, não vos faltou o pão de cada dia.
Sofrestes também. Muitos de vós, lutastes com a pobreza, outras com as enfermidades, outros com problemas íntimos que só esses corações e Deus conhecem, outros sentiram-se esmagados, não raro, de dor e de tristeza por motivos os mais variados, outros cobriram-se de luto e choraram desolados a partida de seus ente queridos, chamados para o descanso, ficando vazios mitos corações, desfalcadas diversas famílias e claros abertos em nossas fileiras. Tivestes nesses transes dolorosos, e tereis sempre, a nossa solidariedade e simpatia. Conforte o Divino Mestre esses corações: “Não se turbe o vosso coração”, “Não vos deixarei órfãos”, “Eu sou a ressurreição e a vida”.
Amados irmãos. A vossa tarefa não está concluída, muito ao contrário, amplia-se, estende-se, agrava-se, agiganta-se.
Cumpre-vos sustenteis em vossas igrejas e congregações locais, a união, a paz e o progresso em meio a um santo entusiasmo; amplieis a obra urgente e gloriosa da evangelização e conseqüente conquista de almas para Cristo. Indispensável o vosso testemunho, vibrante e brilhante testemunho, que vos transforme em “luz do mundo e sal da terra”, e o mundo, “vendo as vossas boas obras, glorifique a vosso Pai que está nos céus.” A ordem do Divino Mestre terá de cumprir-se integralmente: “Ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra.” O mundo muito poderá fazer em seu próprio benefício, mas esta obra estupenda da pregação da Palavra e do testemunho, somente serão concretizados pelos verdadeiros filhos de Deus, entre os quais constituis um batalhão.
Não podeis esquecer a obra no seu aspecto geral. Além dos deveres locais, tereis de cuidar das nossas instituições. O Órgão Oficial espera o vosso crescente concurso, pois deseja ser cada vez mais e melhor, o elo de ligação de todo o rebanho conservador.
A obra filantrópica iniciada com o “Fundo da Criança Pobre”, espera que sejais novos e bons samaritanos.
Os estudantes que breve virão substituir-nos, a nós, que alguns já velhos, cansados e ineficientes, esses moços deverão receber de toda a Igreja, as melhores provas de apreço, de simpatia, de amor e de consideração. Assim escudados chegarão ao término dos seus estudos e entrarão aptos para as lides ministeriais. Orai por eles para que ao lado da cultura intelectual, formem o seu caráter moral e cristão adornado pelas mais nobres virtudes, de tal sorte que quando ingressarem no ministério, sejam verdadeiros construtores e nunca demolidores. Lembrai-vos de que esses moços devem ser vossos filhos e vossos irmãos.
E vós, estudantes, cultivai a vida de oração. Calejai os vossos joelhos. Amai e estudai o LIVRO, que deve estar em vossas mãos, diante dos vossos olhos,à vossa cabeceira e acima de tudo de tudo em vossos corações. Não abandoneis esse LIVRO, nem o troqueis por nenhum outro. Sede sóbrios, modestos, bons, pacientes. Não vos deixeis tomar de vaidades tolas e perniciosas. Usai com rigoroso critério os recursos da Igreja. Imitai o exemplo do Divino Mestre e dos apóstolos. Segui as pisadas de Conceição, Antônio Pedro, Álvaro Reis, Carlos Eduardo, Ginsburg, Bento Ferraz e outros luminares do evangelismo nacional.
E o nosso ministério? Que espera de vós? Respeito, estima, obediência, além da vossa fervorosa intercessão junto ao trono da graça. Difíceis os tempos atuais. Penosa a situação dos obreiros, cujos vencimentos estão muito aquém do mais modesto padrão de vida. Eles estão dispostos a maiores esforços e a um mais eficiente ministério; desejam ser dignos do asserto bíblico: “Quão formosos são os pés dos que anunciam a paz”, por isso sustentai os seus braços e amparai-os dignamente.
Irmãos, não exigimos de vós o dízimo. Contamos com a vossa contribuição cristã e evangélica: cada um contribuirá de acordo realmente com as suas posses. Alegre e espontaneamente. Não vos esqueçais da empolgante narrativa evangélica sobre a viúva que deu tudo o que tinha. Este maravilhoso quadro vos inspirará em vossas ofertas.
Finalizemos. Irmãos e irmãs, velhos e moços, presbíteros, diáconos e estudantes, unamo-nos em torno da cruz de Cristo, com um só coração, um só ideal, uma só fé, e com zelo, entusiasmo e ilimitada consagração, levemos avante a obra que o Senhor houver por bem confiar à nossa querida Igreja. E nessa atitude, nesse espírito, continuemos até o fim. Que cada um faça suas as palavras belíssimas do maravilhoso hino de Júlio Ribeiro: “Junto à cruz ardendo em fé, Sem temor vigio, Té que a terra eu possa ir ver, Santa, além do rio.”
Assinado:
Carlos Pacheco (relator), Armando Pinto de Oliveira, Alfredo Alípio do Vale, Alceu Moreira Pinto, Raphael Camacho, Francisco Augusto Pereira Junior, João Rodrigues Bicas, Turíbio Vaz de Almeida, Azoe José Rodrigues, João Ribeiro Martins, Virgilio Garcia Duarte, Afonso Martins Velho, Benedito Neves Tito, Antonio Martins, Augusto Beck, Joaquim Timóteo Machado, Durval de Souza, Joaquim Benedito Vieira, Pedro Martins, Custódio José Gonçalves.