PASTORAL 1958
15 de maio de 2023
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PASTORAL 1957

PASTORAL – 1957

Rev. Lino do Couto

Saudações

            Lembrando 2º São Pedro 1.1,2 – Presbitério Conservador, servo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: Graça e paz vos seja multiplicada, pelo conhecimento de Deus e de Jesus Cristo – Nosso Senhor.

            Irmãos amados, abri as vossas Bíblias e acompanhai-nos na meditação da palavra que vos dirigimos, no mais profundo desejo pelo vosso crescimento e edificação espiritual em Cristo Jesus – Esperança Nossa.

Maior aproximação de Deus

            Chegar a Deus – eis um dos convites chaves da Bíblia e que nos revelam os segredos e as alegrias espirituais dos que alimentaram a alma e o coração no perene manancial da comunhão com Deus, através do estudo piedoso e meditação da Bíblia e de um constante vigiar e orar. Já nos refolhos do Antigo Testamento, eis Moisés ensinando: “Porém vós, que vos chegastes ao Senhor vosso Deus, hoje todos estais vivos.” (Dt 4.4); e noutra página: “Ao Senhor teu Deus temerás, a Ele servirás e a Ele te achegarás.” (Dt 10.20).

            No livro dos Salmos são exuberantes as experiências dos que sentiram o contato com Deus. Assim cantou o salmista: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegria; à tua mão direita, há delicias perpetuamente.” (Sl 16.11) e mais: “Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos satisfeitos da bondade de tua casa e do teu templo.” (Sl 65.4)

            Foi, sem dúvida, sacudindo a poeira dos joelhos, que Kalley recebia inspiração para compor o maravilhoso e esplêndido hino:

“Hora bendita de oração

Que acalma o aflito coração!

Que leva ao trono de Jesus

Os rogos para auxílio e luz!

Em tempos de cuidado e dor

Me refugio em meu Senhor;

Salvo do engano e tentação

Eu folgo na hora de oração.

Hora bendita de oração,

De santa paz e comunhão!

Desejo, enquanto aqui me achar,

Com fé constante, humilde orar;

E ao fim, no resplendor de Deus,

Na glória dos mais altos céus,

Me lembrarei com gratidão

De tão suave hora de oração.

Hora bendita de oração,

Quando a fervente petição

Sobe ao benigno Salvador,

Que atende à voz do meu clamor!

Jesus me ordena a recorrer

Ao seu amor, ao seu poder;

Contente e sem perturbação

Espero a hora de oração.

            Tiago, que viveu no mesmo lar onde se criara o Menino-Deus; que sentiu o calor da Pessoa e dos ensinamentos do Divino Mestre, teve absoluta autoridade para nos advertir: “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós.” (Tg 4.8). E nem poderemos deixar esquecido o ensinamento do escritor desconhecido: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteireza de fé; tendo os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa,” (Hb 10.22)

            É preciso, pois, haver mais culto doméstico; mais reuniões matutinas; mais aproximação de Deus; mais leitura e meditação da Bíblia; mais tempo para ser cantado, no lar e na Igreja, o hino de Alfredo Henrique da Silva – VIGIAR E ORAR SEM CESSAR (Salmos e Hinos – 555).

Maior Renúncia

            Qualquer que fale em renúncia, forçosamente se lembrará dos ensinos de Jesus, em São Mateus 16.24: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

            Fez-nos Jesus compreender que cada crente, imprescindivelmente, tem a sua cruz para levar. Sem renúncia, porém, sem espírito de sacrifício, sem menos de nós e mais de Cristo na vida, insuperável se torna o peso da cruz. Para sermos, portanto, fiéis e verdadeiros servos de Cristo, temos que renunciar: – 1º. A nós mesmos, conforme nos ensina o texto em apreço; 2º. A tudo o que temos, São Lucas 14.33; 3º. A toda a impureza e concupiscência mundana, Tito 2.12.

            Em matéria de renúncia – em verso nada há mais famoso e belo do que o hino de Salomão Luiz Ginsburg, nestas incandescentes estrofes:

                        Tudo, ó Cristo, a ti entrego,

                        Por ti tudo deixarei;

                        Resoluto, mas submisso,

                        Sempre a ti eu seguirei.

                        Tudo entregarei! Tudo entregarei!

                        Tudo, sim, Jesus bendito, por ti deixarei!

                        Tudo, ó Cristo, a ti entrego,

                        Corpo e alma eis-me aqui!

                        Todo o mundo eu renego,

                        Digna-te aceitar-me a mim.

                        Tudo, ó Cristo, a ti entrego;

                        Oh! Eu sinto o teu amor

                        Transformar a minha vida

                        E meu coração, Senhor!

                        Tudo, ó Cristo, a ti entrego,

                        Quero ser somente teu!

                        Tão submisso à tua vontade,

                        Como os anjos lá nos céus.

                        Tudo, ó Cristo, a ti entrego;

                        Oh! Que gozo meu Senhor;

                        Paz perfeita, paz completa!

                        Glória, glória ao Salvador!

            E, neste pensamento, escreveu Bunyan a maravilhosa alegoria, o Peregrino, na qual encontramos o cristão vencendo obstáculos mil, usando, passo a passo, o espírito da renúncia e da vigilância, para, afinal, atravessar o rio da morte e entrar triunfante e pleno de recompensas espirituais, na gloriosa cidade de Deus – nos céus.

            Para alcançarmos, pois, o eterno galardão da Nova Jerusalém, precisamos manejar bem a arma da renúncia e da incansável vigilância, porquanto, ensina-nos Jesus: “E o que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Mc 13.37).

União

            Tomando ciência do histórico da Igreja Primitiva, encontramos esta edificante e confortadora narrativa: “E todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. . . e perseveravam unânimes  todos os dias no templo e, repartindo o pão de casa em casa, comiam juntos, com alegria e singeleza de coração.” (At 2.44, 46)

            Eis um flagrante religioso que não podemos tachar de velharia, porquanto todos sabem que a Igreja deixou de ter mais crescimento, mais significativo sabor espiritual, mais atração para o coração, – à medida que ela foi perdendo o verdadeiro sentido de união. Não estamos, de modo algum, pensando apenas em união orgânica ou em ecumenismo, porquanto tal união jamais produzirá a união preconizada por Cristo, que o Espírito Santo deseja.

            Precisamos, reafirmemos daqui, de união espiritual, de entendimento cordial e fraternal entre os crentes; de absoluta ausência de espírito de rixas e dissensões, mais prudência no trato com os irmãos, e mais paciência para suportar as fraquezas uns dos outros.

            A esplendida oração sacerdotal, registrada em João 17, é a mais respeitável e elevada página teológica em referência à necessidade e o valor da união dos crentes. Jesus frisa com divina ênfase: “Para que todos sejam um como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti.” Foi em meio de lágrimas e de profunda dor, que Paulo teve conhecimento das dissensões havidas na Igreja de Corinto e, compreendendo que elas produziriam a ruína das igrejas, apressou-se e, com diplomacia cristã, enviou àqueles irmãos uma carta da qual extraímos o seguinte trecho: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma coisa e que não haja entre vós dissensões.” (1Co 1.10).

            Saibamos, pois, corresponder às ânsias do Senhor, na Magna oração, certos de que Ele continuará dispensando forças aos corações sinceros a fim de sermos realmente UM em Cristo Jesus. E assim veremos, cada vez mais forte, mais santificada, mais uma e inabalável, a nossa amada Igreja Presbiteriana Conservadora.

Mais Amor e Dedicação à Igreja

            Sabemos da dedicação que caracterizou a vida dos crentes no passado e sabemos também como se desenvolveram as igrejas cujos membros, dia e noite, davam testemunho de fé e fidelidade – através de intenso trabalho individual, pregando o Evangelho – “a tempo e fora de tempo”; cantando hinos nos lares – entre a família; fazendo uso piedoso e constante do culto doméstico, do estudo e da meditação da Palavra de Deus. A Igreja de Éfeso também perdeu o seu primeiro amor, mas foi exortada: “Lembra-te, pois, donde caíste e pratica as primeiras obras.” (Ap 2.5).

            É que, sem o primeiro amor, o crente perde todo o entusiasmo pela vida cristã e todo o interesse pela Causa de Cristo: tornar-se uma coisa fria e indiferente, bem no jeito de ser “vomitado da boca de Deus.” (Ap 3.16).

Nosso Jornal

             Não se pode conceber a idéia de que haja lares presbiterianos conservadores onde não entre mensalmente o nosso jornal.

            Mas o dever não é apenas assinar o jornal, recebê-lo em sua casa. É preciso que os crentes leiam o Órgão Oficial de sua Igreja a fim de se manterem informados dos problemas de sua denominação e conhecerem melhor a extensão dos trabalhos da Igreja em todos os seus setores.

            Sem, pois, o apoio material dos crentes – assinando e angariando assinaturas para o seu jornal, bem como fazendo ofertas voluntárias para a sua manutenção – apoio moral e espiritual –  prestigiando-o e orando por ele, não poderá o jornal subsistir e enfrentar as dificuldades mil inerentes à vida jornalística, mormente numa época financeira e moralmente desastrada como a que enfrentamos.

            “O Presbiteriano Conservador” precisa do apoio e da simpatia dos ministros, dos oficiais das igrejas, bem como dos crentes em geral, mandando artigos e notícias à redação, angariando assinaturas entre crentes e amigos e esforçando-se, por todos os meios, para que o nosso jornal se torne mais desejável e desejado – dentro e fora dos arraiais  presbiterianos conservadores.

Contribuição dos Crentes

             Sendo a contribuição de origem divina e fartamente recomendada nas Escrituras Sagradas, como parte integrante da vida espiritual dos crentes (Ex 23.15; Dt 16.16; Lc 6.38; 1Co 16.1,2, etc) não se pode conceber que um membro da Igreja despreze esta obrigação, deixando de fazer regular e sistematicamente as suas contribuições para o sustento da causa, mormente sabendo-se, como todos sabem, que não tem ela outra fonte de renda além das coletas, dízimos e ofertas dos crentes.

            De modo que o dilema é este: ou ajudamos a Igreja e ela prosperará ou encolhemos as nossas mãos e ela se atrofiará. O crente que não contribui não pode ser abençoado e não será uma benção para a sua Igreja.

Palavras Finais

            Para frente, pois, irmãos presbiterianos conservadores. Tornai-vos, cada vez mais, colunas inabaláveis no seio das vossas comunidades, ajudando o trabalho em todos os setores da Igreja. Ide cantando sempre: “Avante ó crentes!” e Deus vos abençoará.

Ass. Lino do Couto (redator), Armando Pinto de Oliveira, Presidente, Dante Scorza, 1º secretário, Josino Lourenço dos Santos, 2º secretário, Alceu Moreira Pinto, secretário permanente, Francisco Augusto Pereira Junior, Antonino José da Silva, Jeiel Couto, Florêncio Fernandes Reis, Evans Harden, Willian Le Roy, Earl Pinckney, Rafael Camacho, João Ribeiro Martins, Odilon Alves dos Santos, José Geraldo Góis, Jair Soares Mesquita, Adelino Rodrigues de Oliveira, José Fernandes Avelar, Virgílio Garcia Duarte, Horácio Pereira, Carlos Freddi, Izaul Steffen, Jerônimo Martins da Silva, Virgilio Farias de  Morais, Otávio Nunes de Lima