“Obediência – o segredo para vida bem sucedida”
17 de abril de 2020Ministério Pastoral: “O chamado de Deus para um homem viver, sofrer e morrer prazerosamente por amor a Cristo e ao Evangelho”.
17 de abril de 2020Rev. Sebastião Salvador da Silva, nasci em 20 de Julho de 1939, em Santa Juliana, no Estado de Minas Gerais. Passei ali minha infância. Morava na zona rural, mais ou menos 20 km da cidade. Sou filho do Senhor Manoel Garcês da Silva e de Dona Maria Abadia de Jesus. Sou o quinto filho de uma família de 12. Éramos muito pobres. Meu pai trabalhava muito para sustentar essa prole; o seu trabalho era da roça, e no período de estiagem trabalhava como carpinteiro. Em 1950 mudamos de Santa Juliana para Indianópolis uma pequena cidade do triângulo mineiro. Não muito distante da cidade de Uberlândia; e, havia ali um grupo escolar que levava o nome do primeiro prefeito: Nelson Soares de Oliveira.
Eu pedi para meus pais deixarem-me estudar naquele grupo, sabendo que, iria fazer falta no trabalho da roça e na manutenção da família. Eu insisti até que deixaram, mas, havia um problema, eu não era registrado e não tínhamos dinheiro para pagar o cartório. Minha irmã trabalhava de doméstica e me emprestou Cr$ 15,00 para pagar o registro. Fui matriculado no primeiro ano B, pois, já sabia ler um pouco (muito pouco) e já assinava o nome.
Nessa época eu já estava com 11 para 12 anos, por isso me promoveram para o segundo ano. Terminei o curso primário em 1954 e em todas as promoções anteriores obtive nota 10.
Não foi possível continuar estudando porque não havia escola pública na região. Voltei para roça, de onde não havia saído, pois, nas horas vagas da escola e nas férias eu estava ali trabalhando com meu pai e meus irmãos.
Éramos católicos, muito católicos. Nunca tínhamos ouvido falar de protestantes. Naquela cidade só havia uma igreja, a igreja católica.
Fiz a primeira comunhão em 1951, posteriormente confessava e comungava todos os anos por ocasião da semana santa. Cresci assim. Na comunidade que eu morava me escolheram para rezar terços, pois, eu sabia ler, tinha um catecismo católico e, voz boa para tal. Fiz isso por muitos anos, ou seja, enquanto ali moramos.
O primeiro contato que tive com os protestantes foi em 1958 quando assisti um dos aniversários do presbítero Benedito Naves Tito, de saudosa memória, porém não foi ali que ocorreu a minha conversão. Trabalhei de diarista para aquele senhor, e ele me falou muito do evangelho. Creio que ele plantou uma semente da Palavra de Deus em meu coração.
Em 1962 mudamos para Goiás, “Sertão de Goiás”. Naquela comunidade havia algumas famílias espíritas, porém não me influenciaram. Continuei católico.
Certo dia de 1963 passou em minha comunidade um colportor adventista; não tínhamos dinheiro para comprar uma Bíblia; a mulher do vizinho comprou uma e ficou com medo do marido não aprovar a tal compra e, vendeu a Bíblia a prazo para meu pai.
Foi nesta Bíblia que encontramos o chamado verdadeiro para a conversão.
Eu trabalhava na roça durante o dia e à noite eu lecionava as primeiras letras para os filhos de um sitiante vizinho. Certa noite quando voltava desse trabalho eu parei perto de uma porteira e tomei a decisão por Cristo. Lembro-me desse lugar e daquela hora como os mais importantes da minha vida.
O município de Goiatuba abriu um concurso para professores rurais. Eu passei no concurso e, em 1964 fui lecionar em uma escola bem distante de minha casa, fui transferido no fim do ano para outra região.
Em 1966 comecei o curso normal que funcionava no período das férias no CTPL “Centro de Treinamento Para Professores Leigos” em Morrinhos-GO. Naquele mesmo ano fui nomeado pelo estado; passei então a ser um professor estadual.
Em 1968 passando por Bom Jesus de Goiás encontrei uma das filhas do presbítero Benedito Naves que me convidou para os trabalhos na congregação que existia na fazenda de seu pai. Disse ela que naquele domingo estaria visitando a congregação um Pastor de Goiânia.
Fui e encontrei lá o Rev. Casimiro Coelho Bonfim. Após a Escola Dominical eu estava no quintal da fazenda e o Rev. Casimiro procuro-me, não disse nada a princípio, apenas me olhou com aquele olhar penetrante e me perguntou: “Você quer ir para o Seminário?” eu disse que não. Ele me deu um cartão de visitas e disse-me: “Se você resolver, escreva-me”. Esse cartão eu ainda o possuo. Esse encontro foi em março, em outubro eu escrevi, em dezembro nós nos encontramos, em fevereiro fiz profissão de fé e no dia 29 desse mês eu chegava ao Seminário.
Sofri muito, mudança de cultura, costumes, alimentação, dificuldades em acompanhar o programa de ensino, porém venci tudo, e fiquei ali 7 anos.
Enquanto eu estudava trabalhei 5 anos na Igreja de Gopoúva, em Guarulhos e 1 ano na Sétima Igreja em Pirituba. Entrei no ministério, propriamente dito em 1976. O campo de trabalho era imenso, a igreja sede desse campo era em Anhuminhas, era uma igreja rural muito boa, uma congregação em Taquari e crentes espalhados por Birigui, Penápolis, Braúna e uma Congregação Presbiteral de Quirinópolis-GO. Fiquei ali 2 anos e fui transferido para a Primeira Igreja de Goiânia concomitantemente a Congregação Presbiterial de Brasília. Eu fiquei ali 2 anos e fui transferido para as Igrejas de São João da Mata-MG e Pádua Dias-MG.
Meu casamento ocorreu em 1976 com a Senhora Dinamar Freddi e tivemos 2 filhos. Essa esposa me acompanhou em todo meu ministério até hoje. Fiquei na igreja de São João da Mata por 2 anos e fui transferido para Palmares Paulista e a congregação de Guatapará. Fiquei nessa igreja por 4 anos e, voltei para São João da Mata, permaneci ali 3 anos e fui transferido para Campinas SP e continuei com o pastorado de Pádua Dias por mais 1 ano. No outro ano continuei em Campinas e pastoreando a igreja de Palmares Paulista até o fim daquele ano, quando fui transferido para a igreja de Bauru e Pedrinhas Paulista. Fiquei naquele campo 6 anos e fui transferido para a igreja de Birigui e continuei com a congregação de Pedrinhas por mais 3 anos. Nesse ínterim pastoreei a Igreja de Santa Fé do Sul pela Comissão Executiva do Presbitério. Fiquei no pastorado da Igreja de Birigui por 8 anos e me aposentei em 2005 por ocasião da Reunião do Presbitério em Muzambinho-MG. Passei um mês parado, e fui convidado pela Missão para pastorear a Igreja de Ouro Preto do Oeste em Rondônia, fiquei ali um ano e meio, e voltei fixando residência em Santa Fé do Sul.
Voltei ao ministério ativo e pastoreei a igreja de Santa Fé do Sul por 4 anos juntamente com a congregação de Ilha Solteira. Em 2017 pastoreei a congregação de Ilha Solteira de tempo integral por um ano.
Agora, com 81 anos de idade é natural que o corpo fique combalido, contudo, agradeço ao meu Deus de amor que me sustentou e sustenta até agora com uma mente lúcida e meu corpo de pé. Agradeço a Deus, às igrejas por onde passei, aos irmãos que a mim devotaram amizade e amor e à minha família, aos colegas que demonstram apreço e fraternidade, particularmente à Igreja de Iraí de Minas da qual fui membro e a Congregação de Bom Jesus de Goiás que juntas me ajudaram muito no tempo de seminário.
Em Cristo Jesus, Sebastião Salvador da Silva.
Legendas:
Formatura
IPC de Santa Fé do Sul
Família: Rev Sebastião Salvador, Sally (filha), Paulo André (filho) e Dinamar (esposa)
IPC de São João da Mata