“O Problema é o Coração (1)”

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“O Problema é o Coração (1)”

O termo coração é usado com diferentes significados nas Escrituras. “Pois com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa para a salvação” (Rm 10.10). Nessa passagem, por exemplo, o coração é a mente que crê e confessa a respeito da salvação em Cristo Jesus.

“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo”? (Jr 17.9). Terrível diagnóstico, mas que expressa a verdade mais correta a respeito do coração. E o coração, deixado por si mesmo, conduz o ser humano a situações dramáticas e consequências que podem causar grandes males.

Jesus disse a respeito do coração: “Pois do interior do coração dos homens veem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos estes males veem de dentro e tornam o homem impuro” (Mc 7.21-23). “A melhor maneira de você pensar no seu coração é que ele é composto de: seus pensamentos, planos, julgamentos e discernimentos (a mente); suas escolhas e ações (a vontade); seus anelos, desejos, repugnâncias, imaginação e sentimentos (as afeições); seu senso de certo e errado, que aprova ou condena seus pensamentos, sua vontade e suas afeições (a consciência).

É interessante observar como Jesus introduz a questão: “Pois do interior do coração”. Não são as coisas externas, as influências da sociedade que levam a pecar. Estamos expostos a todos os tipos de investidas do pecado, pois, afinal, estamos e vivemos no mundo. Todavia, jamais podemos esquecer que o pecado é individual. “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido” (Tg 1.14). Então, todo o problema começa no coração, portanto é primariamente pessoal.

É difícil admitir essa verdade: o nosso coração é enganoso. O nosso diagnóstico é pessoal e aí começa a nossa dificuldade em admitir que o nosso coração é o nosso problema. Ele, por natureza, é inclinado para o mal, é inimigo de Deus e se opõe a tudo que agrada a Deus. “Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus” (Rm 8.8). Carne tem a ideia de natureza pecaminosa. Naturalmente, somos propensos para o pecado.
Todavia, o diagnóstico de Deus é justo e santo. O homem é confrontado com a justiça de Deus e o veredito é este: ele está condenado e a causa da condenação é o pecado. O pecado corrompeu todo homem e o homem todo.

“Todavia, não há um só justo na terra, ninguém que pratique o bem e nunca peque” (Ec 7.20). O pecado corrói o coração do homem e realiza um trabalho de destruição cruel que, se não fosse a graça e a bondade de Deus, o homem seria totalmente aniquilado.

O problema é o coração! “A lei do pecado não trabalha em nós do lado de fora”. E a solução do problema do coração não está no homem, mas, unicamente na graça de Deus. E a graça de Deus também tem seu início dentro do coração do homem.

Rev. José Paulo Brocco (Pastor na 1ª IPC de São Paulo – SP)