“NÃO É O FIM, MAS O INÍCIO DE UM NOVO COMEÇO!”
28 de abril de 2021
UMA IGREJA EM BOA ORDEM TEM AS MARCAS DE UM RAMO FIEL DA IGREJA DE CRISTO II
28 de abril de 2021
MENSAGEM AOS CANDIDATOS ELEITOS

por Edegar de Sousa Castro, Juiz de Direito Titular da Terceira Vara Criminal de São Bernardo do Campo e membro do Grupo de Juízes e Promotores Cristãos

No último dia 1º de janeiro, os senhores, candidatos eleitos no pleito de 2020, tomaram posse de seus cargos.

Grande privilégio, assim, a providência divina lhes outorga, uma vez que, a partir de então, boa parte dos destinos dos municípios brasileiros está confiada aos senhores.

E digo que a providência lhes concede tal honra porque, conforme ensinam as Sagradas Escrituras, “…não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas”1.

Estejam, portanto, sensíveis à voz bendita daquele que permitiu aos senhores o exercício dos cargos dos quais tomaram posse, tendo sempre em mente a advertência bíblica de que “…àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido”2.

Lembrem-se, também, que os olhares de toda a comunidade agora se voltam aos senhores, esperando que honrem os votos recebidos.

E isso porque, na verdade, dentre todos os crimes que se tem conhecimento, a corrupção na vida pública é, sem dúvida, o mais ignóbil. É a corrupção mais abjeta que crimes tidos por hediondos, como o tráfico de drogas, o homicídio qualificado e o estupro, pois, através dela, alimentos são desviados, a educação é prestada de forma deficitária, o atendimento médico deixa de ser levado a quem dele necessita e as obras públicas não são realizadas. A corrupção, em suma, de forma surda e covarde, mata milhares de pessoas que, de outra forma, nunca seriam atingidas pelo braço maligno do crime.

Talvez seja por esse motivo que Thomas Jefferson, em célebre frase, afirmou que “Toda a arte de governar consiste na arte de ser honesto”.

E não se imagine que a corrupção seja um fenômeno do nosso tempo, em especial do nosso querido Brasil.

A corrupção, infelizmente, acompanha a humanidade há séculos, desde que o homem se afastou do ideal divino, tal como podemos encontrar nas Escrituras Sagradas.

O profeta Ezequiel, séculos antes do nascimento de Cristo, referindo-se à nação de Israel, afirmava que “Os seus príncipes (…) são como lobos que arrebatam a presa para derramarem o sangue, para destruírem as almas, e ganharem lucro desonesto”3.

Mas não é porque a humanidade, de há muito, convive com a corrupção, que devemos deixar de combatê-la, como se fosse um fenômeno inevitável.

O combate à corrupção, na realidade, é tarefa constante, para a qual todo cidadão é chamado, pois o político desonesto é uma chaga social que deve ser extirpada a qualquer custo.

Em especial, são chamados para tal tarefa aqueles que, pelo voto popular, estão assumindo um cargo público e devem zelar pelo prestígio da função.

E, para tanto, devemos, mais uma vez, recorrer à sabedoria eterna, expressa na Bíblia, a palavra de Deus revelada aos homens.

O grande rei israelita Davi, inspirado pelo Criador, recomendava: “Vocês, reis da terra, sejam sensatos! Líderes do mundo escutem as palavras de Deus enquanto há tempo! Sirvam obedientemente ao Senhor; respeitem a Deus e façam dEle a sua fonte de alegria”4.

Já o extraordinário rei Salomão, tido como o maior sábio que já viveu na terra, recomendava aos governantes: “Use sua autoridade para fazer justiça e ajudar os pobres e necessitados”5.

Também é de Salomão a advertência de que “Abominação é para os reis o praticarem a impiedade; porque com justiça se estabelece o trono” 6.

Embora, à primeira vista, tais recomendações só se refiram aos governantes, não se pode esquecer que foram lançadas em uma época em que o rei enfeixava em suas mãos o poder de administrar, legislar e julgar.

Assim, tudo o que até aqui foi exposto também se aplica àqueles que irão, daqui por diante, representar o Poder Legislativo.

Não obstante, trazem as Sagradas Escrituras exortações específicas aos que são incumbidos de promulgar as regras que nortearão os destinos da sociedade.

A tais pessoas, exorta a palavra de Deus: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão”7.

Devem os nossos legisladores, assim, meditar seriamente na advertência divina, deixando de lado interesses pessoais e sem considerar, do mesmo modo que também devem fazer os governantes, a impopularidade de eventuais medidas que se afigurem necessárias para o bem comum.

A respeito, e para arrematar, lembre-se da preciosa lição de James Clarke: “Um político pensa na próxima eleição; um estadista, na próxima geração”.

Espera a população brasileira, dessa maneira, que estejamos, nos próximos quatro anos, diante de grandes estadistas!

______________________________

Notas:

  1. Romanos 13:1 – versão revista e atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida das Sagradas Escrituras.
  2. Lucas 12:48 – versão revista e atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida das Sagradas Escrituras.
  3. Ezequiel 22:27 – versão revista e atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida das Sagradas Escrituras.
  4. Salmos 1:10-11 – Bíblia Viva.
  5. Provérbios 31:9 – Bíblia Viva.
  6. Provérbios 16:12 – versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida das Sagradas Escrituras.
  7. Isaías 10:1 – versão revista e atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida das Sagradas Escrituras.