Mudança de hábito implica em mudança de comportamento, de fala, de ação. É um rompimento com o padrão segundo a natureza pecaminosa e um viver em conformidade com a Lei e a vontade de Deus. Embora o rompimento, enquanto estivermos neste mundo não seja total, ele deve ser uma realidade dia a dia na vida de todo aquele que se diz cristão. “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (Gl 5.24). Se alguém diz que é de Cristo, mas não morre para o pecado, é porque ainda não passou pela experiência da conversão a Deus.
Mudança de hábito implica em abandono da mentira. “Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo” (Ef. 4.25).
Por que abandonar a mentira? Uma razão é que a mentira tem como pai o Diabo. “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Outra razão é que onde há mentira não há edificação. Como pode haver crescimento onde não há verdade?
“Falar a verdade” não significa dizer o que se pensa. As Escrituras têm muitas recomendações sobre a importância de falar moderadamente e com o propósito de promover a edificação. “Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato” (Pv 10.19). “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se” (Tg 1.19). “Falar a verdade” implica em falar o que convém à sã doutrina e o que for para a edificação da Igreja de nosso Senhor Deus.
Outra razão para falar a verdade é que “somos membros de um mesmo corpo”. Corpo é uma referência à Igreja. A Igreja é composta por pecadores que, pela graça e misericórdia de Deus, foram remidos do pecado, libertos da ira de Deus, da condenação e da culpa do pecado. Ora, se um membro do corpo não anda de acordo com a Lei e a vontade de Deus, certamente todo o corpo sofrerá.
A quem falar a verdade? “E falar a verdade ao seu próximo” (Ef 4.25). É muito provável que o próximo é um irmão em Cristo. Alguém que foi comprado pelo mesmo sangue de Jesus e que tem Deus como Pai e em quem o Espírito Santo habita. Todavia, isso não significa que, para aqueles que não são de Cristo, é permitido mentir.
É interessante observar que Paulo enfatiza que “abandonar a mentira e falar a verdade” é uma atitude individual: “cada um de vocês”. Em momento algum é dito que todos os cristãos têm problemas com a mentira, mas todo aquele que tem problemas em relação à mentira, uma evidência da mudança de hábito é o abandono da mentira.
Ser praticante da mentira conduz a um fim trágico: “Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos – o lugar deles será no lago de fogo e enxofre. Esta é a segunda morte” (Ap 21.8).
Mudança de hábito! Somente é uma verdade quando há o abandono da mentira.
Que o Senhor Jesus conceda um ótimo dia a você e toda a sua família.
Rev. José Paulo Brocco