“Uma igreja em boa ordem cultua com ordem e decência”.

Ministério Pastoral: “O chamado de Deus para um homem viver, sofrer e morrer prazerosamente por amor a Cristo e ao Evangelho”.
17 de abril de 2020
“A IGREJA FOI CONVOCADA POR DEUS”
17 de abril de 2020
Ministério Pastoral: “O chamado de Deus para um homem viver, sofrer e morrer prazerosamente por amor a Cristo e ao Evangelho”.
17 de abril de 2020
“A IGREJA FOI CONVOCADA POR DEUS”
17 de abril de 2020
“Uma igreja em boa ordem cultua com ordem e decência”.

PALAVRA DO PRESIDENTE

 

“Uma igreja em boa ordem cultua com ordem e decência”.

(Parte 3) 1ª Coríntios 14.40

No último número do nosso jornal falamos sobre o lugar da música no culto e pudemos ver quão importante é escolher a música adequada com a letra adequada. Queremos destacar que o momento de cântico, chamado por alguns de momento de louvor (algo que empobrece em muito o significado da palavra “louvor”), não é o lugar adequado para as chamadas ministrações que acabam por criar uma liturgia paralela.

Dando sequência às nossas considerações sobre o fato de que Uma Igreja em Boa Ordem Cultua com Ordem e Decência, trataremos neste texto a respeito do lugar dos sacramentos no culto.

1.5. O Lugar dos Sacramentos no Culto Público

Os sacramentos são elementos de adoração, são sinais e selos do pacto da graça, que solenemente envolvem os cristãos no serviço de Deus em Cristo de acordo com a Sua Palavra. Os sacramentos são dois, o batismo e a Ceia.

O batismo é a admissão solene na Igreja visível administrado aos crentes adultos e aos filhos de pais crentes. A Ceia do Senhor sela os benefícios de Cristo aos verdadeiros crentes, nutre-os espiritualmente e permite que eles se envolvam e cumpram todos os deveres que devem a ele, e é um vínculo e penhor de sua comunhão com ele, e com a igreja.

Os sacramentos incorporam em si mesmos todo o verdadeiro culto bíblico: são ordenados por Deus, cuidadosamente prescritos por Sua Palavra, e administrados de acordo com Seu mandamento. Se administrados de forma não bíblica tornam-se inválidos ou mesmo prejudiciais (1 Coríntios 11:29). Os sacramentos são solenes e santas ordenações para o benefício da Igreja; eles são celebrados no culto, são acompanhados pela Palavra e pela oração. Eles são administrados por aqueles que receberam autoridade para fazê-lo na Igreja.

Os sacramentos são um meio de proclamarmos a fé em Deus, de sermos lembrados da aliança que Deus tem conosco, renovarmos os nossos compromissos de fidelidade e recebermos do Senhor as bênçãos prometidas aos seus participantes.

1.6. O Lugar dos Votos no Culto Público

Os votos no culto normalmente se referem à ordenação de oficiais, porém há também um sentido em que a cerimônia de invocação da bênção matrimonial é um culto, ainda que não siga a liturgia do culto público, sua relação também é vertical. Nos votos assume-se um compromisso formal com Deus e sua igreja, no caso de ordenação de oficiais, e com Deus e o cônjuge, no caso da cerimônia matrimonial.

Neste momento é preciso lembrar o que Salomão diz em Eclesiastes 5.5: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras”. Isto não quer dizer que a solução esteja em nunca fazer votos, mas em fazer aqueles que Deus nos chama a assumir e na Sua graça cumpri-los. A Confissão de Fé de Westminster diz no item III do capítulo XXII: “… É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa, que seja exigido pela autoridade legal”.1

Votos são uma importante e significativa parte da nossa adoração, pois através deles declaramos nosso compromisso de serviço fiel ao Reino.

1.7. O Lugar das Ofertas no Culto Público

Através das ofertas o povo de Deus primeiramente manifesta sua gratidão ao Senhor por sua providência ao suprir suas necessidades. Ao invés de atribuir à sua força e capacidades o suprimento das necessidades, reconhece-se que tudo que se tem vem da mão graciosa do Senhor.

Em segundo lugar, com as ofertas reconhecemos que Deus é Senhor sobre as nossas vidas e, portanto, verdadeiro dono de tudo o que temos. Ao consagrar em adoração parte do que de Deus recebemos, declaramos que tudo o que temos pertence ao Senhor. Assim, ao ofertar não estamos dizendo que uma parte do que temos pertence ao Senhor e que a outra pertence a nós podendo assim fazer dela o que quiser, não, ao consagrar parte do que temos ao Senhor declaramos que aquela parte não será administrada por nós a serviço do Reino e que o restante administraremos de modo que Deus seja glorificado.

Por fim, ao consagrar a Deus nossas ofertas demonstramos desprendimento dos bens materiais e disposição em investir no que é eterno. Em Gálatas 6.6-8 Paulo demonstra a diferença entre investir no que é temporário e investir no que é eterno.

2. TIPOS DE CULTO

Para considerarmos sobre os diferentes tipos de culto contemporâneos tomaremos por base o encontrado no livro “A Revitalização da Igreja Segundo Deus” de Herry L. Reeder III.

2.1. O Culto como Entretenimento

O culto como entretenimento é aquele que tem como objetivo fazer aquilo que agrada às pessoas fazendo com que voltem. Pesquisas indicam que cerca de 79% das pessoas declaram que seus maiores gastos estão na área do entretenimento. Isto mostra quão importante é para o homem moderno tal área. Sendo assim, nada melhor do que oferecer diversão às pessoas para que elas queiram voltar.

No entanto, um culto assim, além de ser centrado no homem e não em Deus não permite a reflexão, meditação, confissão de pecados, etc.

2.2. O Culto como Instrumento de Edificação

Sobre este tipo de culto Calvin Johansson disse o seguinte: A autoindulgência individualista é geralmente demonstrada por membros descontentes que creem que não estão sendo “alimentados” no culto. O culto existe, dizem eles, “para me alimentar” – isto é, “para me agradar”. O prazer que sentem no culto torna-se o teste de sua validade. Porém, o adorador que está sempre calculando o que está “levando” do culto está perdendo a essência do culto: a adoração não é introvertida. Ela é extrovertida – damos a Deus quando celebramos seus atos. Essa é a essência do culto. Quando a gratificação pessoal é o objetivo do culto, o culto é invalidado. Sair do culto com a pergunta: “O que estou levando da igreja hoje?” é interpretar mal a natureza do culto.2

Se no modelo entretenimento o foco é geral, no edificação o foco são os crentes. Neste modelo, assim como no anterior, pensa-se muito pouco em glorificar a Deus porque o foco são as pessoas.

2.3. O Culto Evangelístico

Para alguns o foco do culto deve estar nos incrédulos, pois entendem que o principal propósito do culto é alcançar os incrédulos para Cristo. No entanto, o propósito principal do culto é a exaltação de Deus. Se Deus é de fato exaltado os crentes serão edificados e o evangelismo ocorrerá na medida em que os incrédulos virem que Deus está no meio do seu povo. Se o propósito maior da Igreja é a evangelização, o que ela fará no Novo Céu e Nova Terra? Diante disso parece ficar claro que o fim principal da Igreja é adorar ao Senhor.

2.4. O Culto Executivo

Planejar é muito bom e necessário. O grande problema é quando o planejamento ou a execução dele se torna um fim em si mesmo. Segundo Harry L. Reeder o culto executivo é aquele em que o culto se torna uma reunião de acionistas, com o pastor como presidente da assembleia e os presbíteros como o conselho de diretores.3

Este culto nada mais é do que o cumprimento de tarefas que precisarão constar no relatório no final do ano.

2.5. O Culto Educativo

Neste modelo de culto o objetivo primordial é ensinar. Aqui a única parte do culto que importa é a pregação. Claro que o ponto alto do culto é a pregação, porém todas as demais partes são importantes, inclusive contribuindo para que a pregação seja mais bem recebida e aplicada.

O culto além de ter as partes que encontramos na Escritura precisa ter o propósito correto, ou seja, a glória do Senhor. Deus nos permitindo, no próximo número abordaremos a questão do dirigente do culto.

por Rev. Welerson Alves Duarte

Presidente da Assembleia Geral

Notas:

  1. Confissão de Fé, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 182
  2. Johansson, C., Discipling Music Ministry. Peabody, Mass.: Hendrickson, 1992, p. 50
  3. Reeder, H. L., A Revitalização da sua igreja segundo Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011, p. 120