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UMA IGREJA EM BOA ORDEM TEM AS MARCAS DE UM RAMO FIEL DA IGREJA DE CRISTO II

Rev. Welerson Alves Duarte (Presidente da Assembleia Geral da IPCB)

Em nosso texto anterior vimos que a Reforma Protestante do século XVI levantou questões muito sérias aos cristãos de seu tempo, uma delas sendo a seguinte: Qual é a igreja verdadeira?

Vimos ainda que tem sido consenso entender que são três as marcas de um ramo fiel da Igreja de Cristo, de acordo com os reformados: (1) Pregação fiel da Palavra, (2) exercício correto dos sacramentos e (3) exercício da disciplina cristã.  Já consideramos sobre a pregação fiel, agora falaremos a respeito do exercício correto dos sacramentos.

Podemos definir “sacramento” como sendo uma santa ordenança instituída por Cristo, na qual, mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da graça são representados, selados e aplicados aos crentes, os quais, por sua vez, expressam sua fé e sua fidelidade a Deus.

Tendo definido o que é um sacramento, precisamos agora considerar a respeito do número dos sacramentos. De acordo com a Igreja Católica Apostólica Romana, são 7 os sacramentos: Batismo, Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimônio. Não conseguimos, porém, encontrar fundamentação bíblica para tal número de sacramentos. Temos, no entanto fundamentação para apenas dois: o Batismo e a Ceia do Senhor.

As partes que compõem estes sacramentos são as seguintes: Um sinal externo e visível, uma graça espiritual interna, significada e selada, e a união entre o sinal e aquilo que é significado.

No que diz respeito ao sinal externo e visível, entendemos que cada sacramento contém um elemento material e, portanto, palpável aos sentidos. O objeto externo do sacramento inclui não somente os elementos que se usam, a saber, água, pão e vinho, mas também o rito sagrado, ou seja, aquilo que se faz com esses elementos. Nesse sentido, a Bíblia denomina os sacramentos como sinais e selos (Gênesis 9.12, 13; 17.11; Romanos 4.11).

Quanto à parte da graça espiritual, podemos dizer que os sinais e selos pressupõem algo que é significado e selado e que geralmente é chamado de matéria interna do sacramento. Essa é variadamente indicada na Escritura como aliança da graça (Gênesis 9.12, 13; 17.11), justiça da fé (Romanos 4.11), perdão dos pecados (Marcos 1.4; Mateus 26.28), fé e conversão (Marcos 1.4; 16.16), comunhão com Cristo em Sua morte e ressurreição (Romanos 6.3), e assim por diante.

Como sinais e selos, os sacramentos são meios de graça, isto é, meios pelos quais se fortalece a graça interna produzida no coração pelo Espírito Santo.

A terceira parte que compõe o sacramento trata da relação de união entre o sinal visível e a coisa significada que constitui a essência do sacramento. Segundo o conceito reformado, esta união não é física, como pretendem os católicos romanos, como se o sinal se transformasse na coisa significada, ou seja, na Ceia o pão se transforma na carne e o vinho no sangue de Cristo. Essa doutrina ficou conhecida como Transubstanciação.

Essa união também não é local, como a descrevem os luteranos, como se o sinal e a coisa significada estivessem presentes no mesmo espaço, de sorte que tanto os crentes como os incrédulos recebessem o sacramento completo ao receberem o sinal. Essa doutrina ficou conhecida como Consubstanciação.

Nós cremos que a união entre o sinal visível e o significado essencial do sacramento é espiritual, de modo que, quando o sacramento é recebido com fé, a graça de Deus o acompanha. De acordo com esse conceito, o sinal externo torna-se um meio empregado pelo Espírito Santo na comunicação da graça divina internamente recebida.

Para que um sacramento seja considerado como tendo sido administrado de modo fiel é preciso, portanto, que sejam apenas dois, Ceia e Batismo, e que tenham os elementos visíveis presentes, pão e vinho (ou suco de uva), para o caso da Ceia, e água para o caso do Batismo. É preciso ainda que o participante professe sua fé, ou no caso do batismo infantil, que pelo menos um dos pais a professe. É preciso ainda que o ministro oficiante seja alguém legalmente ordenado, como determina a Confissão de Fé de Westminster no Capítulo XXVIII, item II: “O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” Esta é a razão por que pessoas oriundas de algumas denominações evangélicas precisam ser batizadas novamente para serem recebidas como membros de nossa igreja, por não ser possível reconhecer seus ministros como devidamente ordenados segundo a norma bíblica.

Podemos concluir dizendo que um ramo fiel da Igreja de Cristo trata com a devida seriedade a ministração do Batismo e da Ceia do Senhor, tendo como regra o ensino das Escrituras.